.love is not a competition [but I'm winning].

sexta-feira, 3 de abril de 2009 às 13:06
>> filthy dukes -this rhythm

ela se deita em sua cama, observando o teto. esperando alguma coisa acontecer, ainda que sua razão e todos os fatores a tentem convencer de que não vai acontecer coisa alguma. pensa na monotonia, e no tempo que demora a passar. a TV não funciona, e ela pensa "bem, não é lá aquelas coisas mesmo". mas o rádio também não liga, nem qualquer outra coisa que produza alguma melodia para que possa se distrair. o único som além da sua respiração é o que vem dos carros correndo na avenida. ela gostaria de poder se livrar das cordas invisíveis que a prendem à sua vida; gostaria de ter a coragem de tantos para abandonar o falso conforto em que se encontra, para realmente VIVER. mas afinal de contas, ela nunca gostou da idéia de abandonar sua suposta estabilidade para se atirar ao incerto. na verdade, é sempre essa estabilidade que a abandona, o que não é nada agradável. ela pensa na solidão. "no final, estamos todos sozinhos", diz para si mesma. divaga sobre a efemeridade das relações; em como as pessoas chegam e partem com um breve - e muitas vezes doloroso - adeus. pensa em como é difícil reconstruir uma vida estável, depois desta ter sido tão inesperadamente abalada. tantos amigos, porém tão sozinha. acima de tudo, pensa nas pessoas; e em seu desinteresse crescente por elas. talvez ela cultive esse desinteresse por medo do contrário acontecer. "o amor vai nos destruir", como diz uma de suas bandas favoritas. ela gosta de analisar as pessoas, talvez numa tentativa de entendê-las. e entender a si mesma. entender por que as coisas mudam, e QUANDO as coisas mudam. quando ela se dá conta, já mudaram; e ela se culpa por não ter percebido quando se deu essa transição. se culpa por pensar ser o motivo da mudança, mesmo sem ao menos saber por quê [ou fingindo não saber]. porque é sempre assim, a dor passa, mas as perguntas nunca param de aparecer, antes mesmo que você tenha tempo de formulá-las. elas simplesmente estão lá, como se sempre estivessem. inclusive as respostas para muitas delas, embora talvez ela se recuse a vê-las, preferindo fantasiar para tornar as coisas mais suportáveis. então ela se cansa e apaga as luzes. amanhã a vida continua, e ela se alegra - menos tempo para pensar.



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