.I started something I couldn't finish.

segunda-feira, 5 de outubro de 2009 às 23:48
ela olha pela janela, no começo da madrugada. enquanto a cidade dorme, ela continua acordada; imersa em suas incertezas. [quase] todas as outras janelas apagadas, [quase] todas as pessoas descansando um sono sem sonhos, recuperando forças para o dia de amanhã. e ela continua acordada.
toda a sorte de coisas se passou nas últimas semanas, e ela ainda se sente atordoada pela rapidez com que tudo aconteceu. sofreu uma revolução dentro de si, como que se todos os seus sentimentos - bons e ruins - resolvessem se manifestar no mesmo momento. já não bastassem os usuais problemas de insônia, com tudo isso ainda ganhou algumas horas extra sem dormir. mas insônia foi apenas mais uma das fatalidades que, unida à todas as outras, acabou por tornar sua vida um martírio em poucos dias. se sentia anestesiada, entorpecida, distante...mesmo ao lado daqueles que sempre a tornaram real. tão tênue se fez a diferença por fora, que poucos conseguiam ver através dos ardis.
e apesar de estar dividida entre duas maneiras divergentes de ver a realidade, tudo convergia para um único ponto. aquele julgado, implacável e impiedosamente por ela. talvez pudesse ter sido diferente, talvez não...não com duas consciências falando; a sua própria, e aquela internalizada por terceiros. por si só não poderia dizer tais barbaridades, ainda que soubesse [sempre soube] organizá-las numa defesa ofensiva. não - não faz parte de sua índole pensar tais coisas; afinal de contas - já disse uma amiga -, ela era AMOR.
amor talvez não seja a palavra adequada a se empregar [piegas demais, inclusive], mas por incontáveis vezes fechou os olhos ao indesejado, vendo apenas o que lhe agradava, e aquilo que nela se refletia - o lado bom. nenhuma sutileza jamais lhe escapou, nenhum gesto. pelo contrário, exaltava tudo isso; selecionando as sensações boas e descartando aquelas que desagradavam.
apesar de a tempestade ter passado, ainda tateia as paredes e pisa mansamente pelos corredores que segue; pois a meia-luz ainda confunde.

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