.sambo bem a dois por mim - bambo e só, mas sambo sim.

quinta-feira, 20 de agosto de 2009 às 14:16
>> los hermanos - o velho e o moço

já disse aqui que meu ano tem mais estações que o normal, e muitas mais, diga-se de passagem. para minha sorte, minhas estações duram tão pouco que parece que nunca existiram. com alguma ajuda percebi isso. não que nunca tenha percebido, mas às vezes é necessário alguém te dizer isso para que você enxergue a realidade com clareza. ditados populares tais como "antes só do que mal acompanhado" são repetidos tantas vezes que acabam se tornando cotidianos demais para que se possa segui-los. um professor meu dizia que essas "frases compradas em supermercado" de nada valiam. acho que talvez de nada valham por você ouvi-las tantas vezes na vida, que acaba deixando de dar à elas a atenção - e a reflexão - necessárias. nem por isso deixam de ser verdade.
fico feliz em saber que a solução dos meus problemas estão dentro de mim, e não preciso procurar por elas. posso demorar a notar, mas acabo o fazendo. na verdade sempre tive as soluções para quaisquer problemas emocionais [só com os financeiros que não tenho me dado bem], mas quando você vive o problema, parece que ele nunca vai ter fim...apesar de que o fim sempre tenha estado ali, e você nunca tenha reparado. apesar de todos os amores mal resolvidos, e todos os corações partidos. pensei hoje que, depois do meu término mais sofrido, apareceu uma garota que talvez tenha me amado mais que todas as outras juntas. decepções à parte, nunca houve namorada tão devota - sim, era o que ela era. depois de ter desistido de quaisquer possibilidades de amar e ser amada de novo, ela apareceu. por mais defeitos que tivesse, por mais coisas que fizesse e eu desgostasse, eu retribuí todo o amor. e por mais que eu pensasse que depois da anterior aquilo jamais aconteceria de novo, aconteceu. e sempre vai acontecer. TUDO sempre vai acontecer, de novo e de novo. todos os amores, todas as decepções, os risos, as lágrimas..."always the love, always the hours".
acho mesmo que sozinha não serei inteira, mas por ora me basta estar em paz comigo. por ora, basta me olhar no espelho e me ver sorrindo, sem precisar fingir. e sair e me sentir realmente feliz, e livre. não livre de alguém me controlando, e sim livre da necessidade de ter e pertencer a alguém, tão desesperadamente. necessidade que, se realizada imediatamente como o desejado, acaba dando errado mais rápido que o esperado. não que eu espere que vá dar errado, mas acaba reduzindo os fantasiosos anos e décadas a poucos meses.
não acredito em destino, assim como não acredito em todo o resto que todo mundo acredita. acho que nossa vida é o que fazemos dela. porém acho sim que as coisas tem razão e hora para acontecer, ainda que não premeditadas. um degrau de cada vez, em todos os âmbitos da vida. e mesmo que de vez em quando tropece e atrase um pouco seu caminho, a direção é sempre em frente.



"sim, há dois caminhos que você pode seguir, contudo mais cedo ou tarde
ainda há tempo de mudar o caminho que você segue."

.any colour you like.

sábado, 15 de agosto de 2009 às 11:27
você pinta com cores tão nítidas, mas que a mim são apenas todas elas misturadas, transformando-se numa massa cinzenta. queria saber com quais delas você preenche as formas do seu mundo, quais delas preenchem os balões dos seus pensamentos. mas queria mesmo saber quais delas você colore para mim. se é que faz isso. "quais são as cores e as coisas pra te prender?"
não é preciso ninguém me avisar sobre o perigo, quando eu mesma já o olhei nos olhos. talvez você nem pinte dentro das linhas. talvez seu desenho nem mesmo tenha linhas, assim você tem sua liberdade. sem linhas pra emperrar seus lápis e seus pincéis. não queria ser uma linha, uma fronteira. me bastaria ser a água que dissolve sua aquarela, que te facilita escolher seus tons, seus degradês, suas nuances.
sexta-feira, 14 de agosto de 2009 às 16:32
.

- I've fallen in love, and this is what people who've fallen in love look like.
- Well, you picked the unrequited variety. It's very bad for the skin.


.

.it doesn't have to be like this...all we need to do is make sure we keep talking.

segunda-feira, 10 de agosto de 2009 às 13:37
>> electrocute - venus fly trap

e começa a semana com um dia feio. o final de semana foi tão feliz e ensolarado, agora tudo cinza. tudo bem que eu dispensava tanto calor, mas o céu azul e claro tornou os estranhamentos da última semana mais toleráveis...e mais fáceis de se tirar da cabeça por alguns instantes.
mas daí começa a segunda e começam os problemas, mesmo que você não esteja fazendo nada em casa o dia todo. pessoas se estressando com pouco, e recebendo mais estresse de volta. exigindo pedidos de desculpas, porém fazendo o contrário para que tal aconteça. e não só as pessoas em questão, mas a maior parte do mundo é assim. fazendo parecer tão pouco importantes e tão pequenas as poucas relações verdadeiras que podemos ainda estabelecer. e daí pouco se importando com o quão difícil é criar laços assim. porque todos os dias você corre, trabalha, estuda, paga contas, e no fim por orgulho vai criando um muro ao redor de si. seu respeito imposto por uma parede intrasponível, quando deveria mesmo ser só uma linha no chão. seu muro te protege das pedras, mas ainda assim você escuta as palavras. mas ao invés de tentar uma conversa cordial, você revida com bombas de palavras ainda mais cortantes. até no fim, você acabar só - ainda que seja seu maior medo. são as regras que nós mesmos criamos, e as quais estamos destruindo aos poucos...o convívio, o respeito, as conversas, e o ideal de igualdade que parece tão longe de ser atingido, quando as pessoas se fecham e se vingam por controle remoto. não que todos devêssemos pensar da mesma forma, mas encontrar maneiras para uma coexistência suportável.



"por milhares de anos
a humanidade viveu
exatamente como os animais.
então algo aconteceu
que libertou o poder de nossa imaginação -
nós aprendemos a falar."

.which will.

sexta-feira, 7 de agosto de 2009 às 19:20
"pelo que você lutará
o que você amará
qual você escolherá
das estrelas acima?
quem você atenderá
para quem você ligará
por quem você irá se passar
dentre todos?
e me diga agora
quem você amará mais?

ao som do que você dança
o que te deixa radiante
a quem você escolherá agora
se não escolher a mim?
pelo que você esperará
o que pode ser?
quem você irá levar agora
se não vai levar a mim?
e me diga agora
quem você amará mais?"

[nick drake - which will]
às 16:35
>> rufus wainwright - across the universe

hoje eu tava muito triste, mas sem motivo. ou talvez eu não saiba, mesmo. um monte de coisas para fazer e nenhuma vontade. uma sensação de solidão, vontade de ter com quem conversar...talvez muitas coisas na cabeça. ou talvez nada absolutamente. resolvi sair logo no começo da noite pra comprar cigarros e alguma coisa pra comer.
eu ouvia tudo. cada mínimo barulho fazia meus ouvidos vibrarem. era como se o som me tocasse, encostasse em mim. o som me dava calafrios, sustos. não dá pra explicar se era bom ou ruim. eu ouvia passos, muito distantes. alguns eram reais, outros acho que só da minha cabeça...um eco dos meus. às vezes confundia sombras, ou meu coração disparava com alguns barulhos agudos e repentinos. parecia tão longe, tudo...
quando olhei pro céu, a lua estava nascendo. vermelha, completamente. é legal quando a lua tá assim. parece marte. uma vez eu realmente considerei a possibilidade de ser marte, aqui da minha janela. mas desisti logo. hoje estava de novo, nascendo atrás dos prédios. dizem que quando o sol está muito vermelho significa que o céu está muito poluído. fiquei imaginando se isso também se aplica pra lua. besteiras.
tomara que amanhã seja um dia melhor.

.and then one day you find ten years have got behind you.

quinta-feira, 6 de agosto de 2009 às 15:13
>> pink floyd - what do you want from me

lembro-me dos dias de colegial. de como a gente achava ser gente grande, tendo lá seus 15 anos [no meu caso, 13/14]. de como minha mãe me acordava horrivelmente cedo e aos berros, e me empurrava um café da manhã garganta abaixo. eu odiava tomar café da manhã, não DESCIA. de todas as vezes que chegava atrasada, e todas aquelas em que não podia mais entrar na escola, de tão atrasada que já havia chegado. lembro que fazia parte da "galera do metal" no 3º ano, e de como as pessoas nos achavam estranhos. no fundo, tínhamos um cérebro de ameba retardada.
as primeiras saídas para os pequenos shows, e depois as baladas. pra minha mãe, eu sempre ia dormir na casa dos amigos. todos os vinhos, vodkas, porres...e enfim cerveja. todos os finais de semana chegando em casa quando minha mãe acordava. as brigas, os amores de estação - meu ano tinha muitas estações além do normal. até hoje.
o sentimento de não pertencer àquele lugar, mesmo que estando tão habituada à ele. o adeus dos melhores amigos, os novos amigos. sempre novos amigos que te fazem pensar ser agora tão diferente dos antigos. tão diferente, porém com tanto deles dentro de si. tanto de tantas pessoas - frankenstein de sentimentos, idéias, experiências compartilhadas e absorvidas ao longo do que você vive.
a perda da infância, a perda da inocência, a perda da memória, a perda dos anos. tantas coisas pra se guardar, tantas que se esvaem, conforme os anos voam cada vez mais rápido. e o individualismo, a invisibilidade, a pressa, os deveres e responsabilidades. e a mudança, sempre a mudança. time may change me, but I can't trace time.

" e então um dia você descobre que dez anos se passaram
ninguém te avisou quando correr, você perdeu o tiro de largada."

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